17 de junho de 2014

A arte de sofrer por antecipação

Outro dia eu estava no supermercado com o carrinho cheio. A previsível fila já estava formada e me aguardava ansiosa. Olhei pela janela e já tinha escurecido, ou seja, eu não poderia voltar para casa a pé. Meu coração disparou. E se não tivesse nenhum táxi no estacionamento? Sofri enquanto as pessoas a minha frente pagavam suas compras, sofri ao colocar cada item em cima da esteira e ao ouvir o ‘bip’ de cada um deles pensando em como eu voltaria para casa sem táxi, sozinha, com uma melancia na sacola e de noite. Só acalmei os ânimos quando vi aquele carrinho branco na frente do super. Seguido por mais sete iguais a ele. Moral da história: não precisava ter sofrido, podia ter me concentrado nas compras e lembrado que não se compra uma melancia inteira quando se mora sozinho. Mas enfim.