23 de setembro de 2013

Viver é transgredir

Sábado passado eu estava no carro com as minhas duas irmãs, de 3 e 8 anos, quando buzinei para um carro que saia da garagem sem olhar o movimento. Como elas riram, e a carona era curta, buzinei mais várias vezes durante o percurso. Cumprimentamos a lua, todos os cachorros pelos quais cruzamos, buzinamos para os carros estacionados, e para tudo o que se mexia – como moramos em um bairro sem trânsito algum, não estávamos atrapalhando ninguém. Depois de um tempo, a Helena me olhou e disse. “Ai mana, chega, que vergonha!”. Eu logo arregalei os olhos. “Vergonha de quê?”. “Tá todo mundo nos olhando, né?”. Não. Claro que não estava todo mundo nos olhando já que estávamos dentro de um carro com insulfim, numa rua sem movimento algum. Mas eu também já pensei assim.