16 de setembro de 2012

Um texto sobre nada


Pode ser que você passe a vida inteira correndo atrás do rabo, fazendo o que todo mundo faz, dizendo o que todo mundo diz, acreditando no que todo mundo fala, comendo o pouco que a maioria come, frequentando os lugares que todo mundo frequenta, gostando dos perfumes que todo mundo usa, amando igual todo mundo diz que ama, brigando pelos mesmos motivos de sempre, ouvindo porque dizem que é sempre melhor escutar, estudando porque é assim que tem que ser, não se afastando, não ficando muito próxima, não dizendo tudo o que pensa exatamente com as palavras que pensa, não discutindo com quem está em uma posição superir a sua, achando que sempre vai existir gente mais legal e mais influente e mais importante e que você, pobre de você, sempre será uma boa pessoa, que faz isso: tudo o que esperam de você.
Aí um dia você acorda e entende que só fazer o que todo mundo quer que você faça não significa absolutamente nada. Que só ser o que querem que você seja não te confere status. E que status te dá poder, mas não te traz amor. E que amor, não é isso que todo mundo diz que é amor. O amor, assim como todos os demais conceitos, também precisa se refazer nessa geração de gente que prefere dizer por dizer, a pensar no que diz.
E se você quiser ser diferente e mostrar a diferença e fazer diferente de tudo o que todo mundo faz o tempo todo, você vai ter que segurar firme as rédeas de sua vida e aceitar inúmeros desafios, que podem te abalar e entristecer, mas vão te trazer de volta a plenitude das suas escolhas. E te mostrarão a importância de ser quem você quer ser. O tempo todo. 



Por Manoela Soares

10 de setembro de 2012

Quando o que a gente tem tiver um nome


As pessoas tem uma pressa absurda de dar nome às coisas. Tem tanta urgência em nomear que esquecem de sentar um pouco e levar em consideração o que realmente sentem. Elas dizem o que dizem os filmes, os roteiros e as novelas, por um medo terrível de nunca escutar o que nunca vão saber se é sentido mesmo, ou se é dito, e só. O nome é quase mais importante do que a vontade de estar ao lado de alguém: ‘afinal o que nós temos?’
A pergunta é: afinal, o que importa o nome do que nós temos agora?
Se estar ao seu lado me faz bem pela simples forma como você pronuncia o meu nome, o meu apelido, o nome que você fez pra mim, ou a forma como mexe no meu cabelo e como me faz sorrir e sentir perto através de um telefonema, não interessa o que os outros pensam do que existe entre nós.
Se você trabalha o dia todo, sai com os amigos, chega em casa cansado e ainda assim tem vontade de ligar pra saber como eu estou, você faz com que eu me sinta realmente importante, então tanto faz o que ainda não foi dito.
Se a sua companhia é boa, combinamos em muitos aspectos, você usa as palavras certas e diz que pensa em mim várias vezes por dia, tanto faz o que não cabe em palavras.
A gente não precisa dizer ‘eu te amo’. Pela primeira vez minha mente está tranquila, meu coração calmo e meu corpo leve, porque não carrego dúvidas e não garanto certezas. Estou seguindo, tranquila, um caminho que quero seguir. Não interessa que nome que daremos a tudo o que estamos sentindo. Não interessa o nome que os outros destinem ao que temos vivido ou que pensem o quanto somos fracos, por não termos dado nome aos nossos beijos e abraços. Que nome se dá ao que se gosta? Ao que se quer bem? Ao que se quer cuidar e se quer perto? Qual o nome da saudade? Do sorriso fácil que você é capaz de me despertar? Qual o nome desse frio na barriga quando você liga e da pergunta impensada que me faz apertar os olhos enquanto nos falamos pelo telefone, com medo da resposta? Que nome se dá a certeza de uma mensagem bonita, que vai me fazer bem e me deixar sorridente depois de um dia estressante? Que nome se dá a nossa vontade de estar junto? Ao jeito como você mexe nos meus cabelos e observa as minhas mãos? Que tão importante é o nome que se dá quando a gente já tem todo o resto, e não quer definir apenas um nome, e ficar engessado para sentir.



Por Manoela Soares


4 de setembro de 2012

A sua garota


Algumas vezes ela pode não saber como resolver o seu problema, ou como contornar uma situação. Ela pode te passar insegurança e medo, mas isso vai acontecer poucas vezes mesmo, até porque você conhece a sua garota, sabe como ela é, na maioria das vezes ela sabe o que quer. Pode ter raiva, vergonha e até preconceito diante de certas atitudes que não sejam do seu agrado. Aceite, mesmo que você não concorde. Algumas vezes ela vai ser imatura, ela não vai concordar com o seu ponto de vista, ela vai querer ficar sozinha, ela vai ter vontade de chorar. Não deboche, nem ria. Lembre de quando você precisou de ombro e ela lhe deixou um colo inteiro a disposição. Ou da mão que sempre esteve estendida para você. Então, se alguma coisa estiver incomodando a sua garota, e ela for realmente a sua garota e você quiser mostrar, não para os outros, mas para ela, o quanto ela é importante pra você e o quanto, apenas estar de mãos dadas com ela pela rua já é essencial para você, já que ela é a garota que você quer ter do seu lado, tente apenas parar o que está ruim. Tente frear o que incomoda. Acredite, outros também tem os seus olhos e os seus desejos. E outros também a desejam.  E ela só está ao seu lado porque realmente quer ser a sua garota. Por enquanto.


Por Manoela Nogueira Soares